quinta-feira, 11 de junho de 2015

Silvia renata da Silva Alves

Resenha

 POSENTI, S. Porque (não) ensinar gramática na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2002

O autor Sirio Possenti é professor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), atuando nas seguintes áreas: Linguística com ênfase em Teoria e Análise Linguística, principalmente na Análise do Discurso. No capítulo em questão, o autor aborda o tema "variedade linguística", dividindo o texto em quatro momentos: a problemática, fatores externos, fatores internos e conclusão, partes que elucidaram a opinião de Possenti sobre o porquê as línguas variam.
No momento "a problemática" o autor diz que todas as línguas variam de acordo com o país, região, comunidade e com a diferença de status e que isso não acontece só no Brasil, pois não existe comunidade ou sociedade onde todos falam da mesma forma. No momento "fatores externos" ele diz que um dos motivos da variação da língua, são fatores geográficos, de classe, de idade, de sexo, de profissão, etc. e que isso traz identificação social do indivíduo. Dessa forma, é muito comum, por exemplo, um delegado falar de maneira mais rústica ou um jovem estudante falar de maneira incorreta com medo de ser motivo de chacota entre os amigos. No momento “fatores internos”, Possenti dá ainda outro motivo para essa variação linguística, que é a forma popular de dizer algumas palavras como: “nós vai”, “ nós volta", "os boi" e assim por diante. Essas expressões, segundo Possenti, são pronúncias alternativas, as palavras são escritas de forma correta e pronunciadas de outra maneira. Exemplo disso é a palavra alguma, com o som do "l" podendo ser " u " ou " r " e isso acontece com todos, sendo culto ou inculto.
Sob o mesmo ponto de vista de Possenti, concordo que as variações linguísticas ocorrem pelos fatores externos e internos conforme ele distingue. Pensando assim, não há certo ou errado na forma de falar porque cada região traz na língua a sua riqueza cultural e histórica, e para isso não cabe à gramática.

O autor conclui o texto dizendo que embora exista o desejo de muitos para que haja a uniformidade da língua, a variação linguística deve permanecer porque nessa forma de expressão, é possível perceber as emoções, os sentimentos, o humor sem precisar explicar o que se sente, pois, já está inserido na fala, o que não será possível se todos falarmos gramaticalmente e friamente corretos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário