10 NOVAS COMPETÊNCIAS
PARA ENSINAR
Silvia Renata da Silva Alves
Capítulo 3. Conceber e
Fazer Evoluir os Dispositivos
De Diferenciação
Para que haja progresso e evolução do aluno, segundo Perrenoud, é preciso
que ele esteja exposto às situações ótimas criadas pelo professor. Numa turma
grande de alunos, com uma aula tradicional, seria impossível esse
desenvolvimento do aluno ( com a mesma lição e atividades para todos), pois
eles não possuem o mesmo conhecimento, os mesmos interesses e nem tem a mesma
maneira de aprender. Para Perrenout, diferenciar é quebrar esse padrão
convencional de aula e tratar das dificuldades de cada um.
Fazer desse modo não quer dizer dar aulas particulares, até porque, seria
impossível o fazer para a classe toda. A solução não é somente estar disponível
a um aluno,é preciso entender as suas dificuldades e ,juntamente com ele
aprender a superá-las além de trazer o ensino para a realidade da classe.
Perrenoud acredita que para haver um meio termo entre a pedagogia frontal
( aquela em que o professor é detentor e transmissor do conhecimento) e o
ensino individualizado (impraticável) é necessário
a reorganização do ensino, a diferenciar o trabalho em aula
Pensando assim, Perrenoud discrimina algumas outras competências peculiares
a essa nova forma de ensino:
Abrir, ampliar a gestão
de classe para um espaço mais vasto.
Uma coisa parece certa: entre as quatro paredes da
aula e durante os oito a nove meses de um ano letivo, poucos professores soa
capazes de fazer milagres. Não é possível encontrar, aqui um novo Freinet que
sozinho, inventa uma pedagogia diferenciada ativa e cooperativa, feita sob
medida para seus alunos. Isso supõe uma criatividade, uma energia e uma
perseverança fora do comum.
Parece sensato convidar os professores menos
excepcionais a juntarem forças para organizar a diferenciação em uma escola em
ciclos de aprendizagem plurianuais facilita tal cooperação, mais em ciclos cada
professor trabalha como antes, a porta fechadas, sozinho com sua turma,ás vezes
reconstituídos os níveis anuais ocultos, contra o espírito dos textos oficiais.
Em outros sistemas ainda
organizados em etapas anuais, certas equipes pedagógicas criaram ciclos antes
da implantação oficial, desmembrando os anos, e as classes paralelas, gerando
grupos multi idade, ou estabelecendo uma grande continuidade entre níveis anuais.
Elas provam que se diferenciar desde já, no âmbito dos textos em vigor.
A gestão de uma classe tradicional é objetivo da
formação inicial e consolida-se no decorrer de experiência. O trabalho em
espaços mais amplos exige novas competências. Algumas delas giram em torno da
cooperação profissional: Quando falamos em trabalho em grupo, falaremos disso.
Outras se referem à gestão da progressão das aprendizagens em vários anos,
assunto tratando.
Insistiremos aqui em uma competência propriamente administrativa definida em uma escola mais vasta do que a classe: Pensar,
organizar, habitar, fazer de alunos, durante anos. Esses funcionamentos
levantam problemas inéditos de organização e de coordenação.
O trabalho docente nesses espaços-tempos de formação
proporciona mais tempo, recursos e forças, imaginação, continuidade e
competências para que construam dispositivos didáticos e eficazes, com vistas a
combater o fracasso escolar.Isso obriga a dominar parâmetros mais complexos e a
prevenir riscos não negligenciáveis de desorganização ou de desvio. As equipes
pedagógicas que se lançam em uma gestão nessa escala gastam seu tempo, em um
primeiro momento, resolvendo problemas de organização, aprendendo o acordo e a
cooperação , reconstruindo rotinas econômicas, reencontrando pontos de referências,
controlando os efeitos de decisões, procurando saber onde estão todos os aluno,
o que estão fazendo, com quem
trabalham, em que situação se encontaram , de quem precisam e paar que tarefas
ou que grupos orientá-los no dia seguinte ou na próxima semana. Novas
competências estão emergindo. Seus contornos só serão percebidos
progressivamente, já que ninguém pode propor um modelo ideal de organização do
trabalho em uma pedagogia diferenciada. ( Perrenoud, 1997b).
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